José Claudio Pereira
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Analistas preveem crescimento da economia e taxa de juros mais alta
As informações são da última pesquisa semanal Focus, do Banco Central (BC), de 2009, divulgada ontem.
O mercado financeiro está mais otimista em relação às perspectivas para o crescimento da economia brasileira em 2010. Os analistas, no entanto, também esperam um patamar maior de juros depois que o ciclo de alta da taxa básica (Selic) começar – o que é esperado para o próximo mês de abril. As informações são da última pesquisa semanal Focus, do Banco Central (BC), de 2009, divulgada ontem.
O levantamento, feito com cerca de 100 profissionais do mercado financeiro, mostrou que os analistas têm estimativa média de alta de 5,08% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2010. No levantamento anterior, a projeção era de 5%. De acordo com o último relatório trimestral de inflação, divulgado no início da semana passada, o BC trabalha com previsão de avanço de 5,8% para o PIB brasileiro no próximo ano.
Apesar de ainda ser mais conservador que o BC, o mercado hoje demonstra um otimismo bem maior do que o registrado há alguns meses. Até meados de agosto, a estimativa de crescimento da economia em 2010 não chegava a 4% e só atingiu a casa de 5% na segunda quinzena de novembro. O movimento reflete a safra de indicadores que mostram uma atividade econômica em franca recuperação depois do forte solavanco provocado pela crise financeira internacional.
Juros – Mas o maior otimismo com a atividade costuma vir acompanhado de expectativa de alta de juros. Com a demanda aquecida, aumentam a possibilidade de reajustes de preços e a chance de o BC elevar juros para controlar a inflação.
Dessa forma, a Focus captou que os analistas esperam uma dose maior de alta na Selic em abril, quando deverá subir dos atuais 8,75% ao ano para 9,25% anuais. Na sondagem anterior, a expectativa era que a taxa iria para 9%. Mas os economistas continuam esperando que o juro básico encerre 2010 em 10,75% anuais, embora tenham, neste levantamento, começado a acreditar que o ciclo de aperto monetário terminará só em 2011, com a Selic atingindo 11,25% em janeiro daquele ano.
De acordo com a pesquisa Focus, o mercado trabalha com taxa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de base para o sistema de metas, de 4,5% em 2010 – exatamente o centro da meta estabelecida pelo governo.
Para a produção industrial, o prognóstico para o próximo ano é de alta de 8%, depois de recuo de 7,62% em 2009.