José Claudio Pereira
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Eonara do Carmo Cesa Paim
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Dólar tem maior queda em 17 meses
O dólar fechou a R$ 1,77, queda de 3,99% -a maior desde 24 de novembro de 2008.
Havia um ano e meio o mercado brasileiro não via o dólar cair tanto num só dia como ontem.
Reagindo à euforia mundial com o bilionário pacote de socorro na Europa, a Bolsa brasileira também teve forte alta, seguindo de perto os mercados americano e europeu.
Os € 750 bilhões foram vistos por alguns analistas como um "alívio", pelo menos para os problemas de curto prazo das economias mais fragilizadas.
"Até a semana passada, a UE procurou atender os problemas da Grécia, mas ficaram faltando medidas para defender o euro, que se enfraqueceu muito ante o dólar", disse Kelly Trentim, analista-chefe da corretora Spinelli.
Para ela, o que ocorreu no final de semana foi justamente um complemento das medidas anteriores.
O dólar fechou a R$ 1,77, queda de 3,99% -a maior desde 24 de novembro de 2008. A Bolsa de Valores de São Paulo subiu 4,11%.
Na cena externa, o Dow Jones (Nova York) avançou 3,90%. Em Londres, o índice FTSE se valorizou em 5,16%; em Paris, a alta foi de 9,56%; em Frankfurt, a Bolsa subiu 5,3%, e, em Madri, 14,43%.
Os números superlativos sinalizaram que o pacote europeu não era esperado nem pelos mais otimistas, numa reação que deve sofrer revisões nos próximos pregões.
Um sinal de que o mercado pode estar mais cauteloso do que aparenta foi visto na Bovespa, que teve giro reduzido de R$ 6,56 bilhões. Nos piores momentos da semana passada, o volume chegou a atingir R$ 10 bilhões.
Para especialistas, há duas explicações possíveis e não excludentes: por cautela, muito investidor que saiu semana passada preferiu não retornar à Bolsa brasileira; outros optaram por somente "marcar presença" na Bolsa, para não perder a chance de ganhar com uma nova recuperação.
"Recomendamos aos que optaram por ficar na Bolsa que não mexam nas ações; já quem optou por sair na semana passada é melhor permanecer de fora, diz Pedro Braz, da mesa de operações da TOV Corretora.
Para ele, o mercado ainda deve sofrer alguns ajustes nos próximos dias, e, assim como foi um exagero quando caiu 5%, há um exagero quando sobe 4%.