José Claudio Pereira
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Eonara do Carmo Cesa Paim
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Indústria agora projeta crescimento de 8%
Esse crescimento ficou acima dos 10,6% de 2008, quando a expansão da economia era sustentada simultaneamente pelos mercados interno e externo.
O faturamento da indústria aumentou 12,1% entre janeiro e abril deste ano em comparação com igual período de 2009. Esse crescimento ficou acima dos 10,6% de 2008, quando a expansão da economia era sustentada simultaneamente pelos mercados interno e externo. O forte avanço da receita, assentada sobre o dinamismo da demanda doméstica, fará a Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisar a projeção anual de crescimento do setor para algo acima de 8% este ano, apesar da desaceleração registrada em abril.
O setor industrial, na comparação entre abril e março, teve retração de 4,9% na receita, de 3,4% nas horas trabalhadas, e ligeiro aumento de 0,1% no emprego, num indício de acomodação em relação ao mês anterior.
Enquanto os principais indicadores caíram em abril, a utilização da capacidade instalada, que atingiu 83%, ante 82,2% em março, mostrando o uso do parque fabril em níveis próximos ao recorde de 83,8% em fevereiro de 2008, no período pré-crise.
Já na análise do primeiro quadrimestre, os indicadores refletem uma recuperação do setor industrial em relação à perda de 5% em 2009, como, também, uma expansão sustentada no consumo interno. De janeiro a abril o setor industrial apurou, além da alta no faturamento, acréscimos de 7% nas horas trabalhadas na produção, de 3,3% no emprego, de 3,8% na massa salarial. Cresceram também o rendimento (0,6%) e o uso da capacidade instalada (3%).
Para a elevação do faturamento contribuíram o aumento das vendas e, também, o efeito-preço gerado a partir de reajustes dos preços industriais frente ao dinamismo do consumo.
Ao comentar o efeito-preço, o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, disse que a pressão sobre a inflação não está partindo dos preços industriais, mas dos alimentos e dos serviços.
Castelo Branco comentou que o dado relevante do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que segundo informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior, e de 2,7% em relação ao trimestre anterior, foi a evolução do investimento. Segundo ele, independentemente da taxa, o ideal seria obter crescimento sem altos e baixos. "O investimento crescendo de forma robusta e o consumo em acomodação são dados positivos. A indústria vai continuar em expansão, sem pressionar a inflação", afirmou. "O importante é que haja uma sintonia fina, moderação do Banco Central em relação aos juros, para não arrefecer o crescimento em si", disse.
Castelo Branco espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) não sancione a alta de 0,75 ponto percentual na taxa Selic, hoje, conforme a média das apostas do mercado financeiro. Isso elevaria a Selic para 10,25% ao ano. Ele também quer que o ciclo de ajuste da Selic seja concluído no início do segundo semestre.(Colaborou Azelma Rodrigues)