José Claudio Pereira
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Eonara do Carmo Cesa Paim
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Alta de preços pressiona juros
“Os cenários deterioraram desde março”, disseram os economistas.
O relatório de inflação, que será divulgado na quarta-feira deverá apresentar novas projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, o indicador oficial), tanto no cenário de referência, com que trabalha o Banco Central, quanto no de mercado. A avaliação é dos economistas do banco espanhol Santander, que consideram a austeridade como marca principal das próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) para trazer a inflação para dentro da meta. Por isso mesmo, enquanto a maioria do mercado projeta uma taxa Selic de 12% em dezembro, o Santander aposta que os juros chegarão a 12,75% ao ano, passando logo em seguida para 13% em janeiro de 2011.
“Os cenários deterioraram desde março”, disseram os economistas. Para o Santander, o cenário de referência deverá vir com uma estimativa de 5,5% para o IPCA em 2010 ( a projeção anterior era de 5,2%). A meta de inflação é de 4,5% no fim do ano. A piora, para os analistas do banco espanhol, deve-se às surpresas inflacionárias de abril e maio e à própria expansão do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre.
Produção industrial
Os dados da produção industrial, que também serão divulgados durante a semana, não deixam dúvidas de que o fim dos incentivos fiscais não afetou o desempenho do setor em maio. A projeção do Santander é de uma alta de 2,7% no mês e mais 0,4% em junho. Esse é um ritmo que continuará a pressionar a inflação. Por isso o mercado acredita que, na reunião de julho , o Copom vai repetir pela terceira vez a dose de aumento de 0,75 ponto percentual da Selic.