José Claudio Pereira
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Eonara do Carmo Cesa Paim
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Cooperativa é opção barata de crédito
Mais organizadas e buscando ampliar atuação, instituições querem aproveitar mudança de regras para crescer
As cooperativas de crédito ainda não são muito conhecidas no Brasil. Segundo o Banco Central, elas respondem por apenas entre 2% e 2,5% do total de empréstimos concedidos no país.
Mas as novas regras para a criação de cooperativas anunciadas no final da semana passada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) devem dar novo impulso ao setor exatamente no seu melhor momento em décadas.
No ano passado, por exemplo, a carteira de uma das quatro grandes redes de cooperativas que operam no país, a Sicoob Confederação, teve um aumento de quase 16%, enquanto a dos bancos de varejo comuns subiu apenas perto de 4%, na média.
Como as cooperativas podem ser alternativa mais barata e acessível do que o crédito tradicional, normalmente experimentam crescimento em época de crise.Entretanto, o bom desempenho registrado em 2009 é apenas resultado de uma reorganização do sistema que está em curso há pelo menos cinco anos.
Para enfrentar a acirrada concorrência com os bancos, as cooperativas também precisaram ganhar escala.
Como nem sempre é possível ampliar as atividades apenas organicamente, muitas pequenas instituições se juntaram e se fundiram a fim de ter mais agências de atendimento. Atualmente, existem cerca de 1.300 cooperativas no Brasil.
Esse processo também reduz o risco de insolvência.
"As políticas brasileiras de regulação e supervisão foram apontadas como exemplares na crise", lembra Edson Feltrin, chefe do Departamento de Normas do Sistema Financeiro do BC.
Menos Juros
"A cooperativa existe para servir à comunidade. O cliente não é apenas um número, ele é sócio, ele é dono", diz José de Menezes, presidente da Sicoob Confederação.
É assim que se sente Aparecido Soares dos Santos, funcionário do Residencial Santa Catarina, um condomínio para idosos em São Paulo que faz parte do grupo do Hospital Santa Catarina.
Ele é cooperado desde 2006. "Os juros são até a metade dos cobrados pelos bancos. E há uma relação amigável com os responsáveis por aprovar os empréstimos."