José Claudio Pereira
CRC/RS 46.949
joseclaudio@dataconcontabilidade.cnt.br
Eonara do Carmo Cesa Paim
CRC/RS 56.102
narapaim@dataconcontabilidade.cnt.br
Com juro estável, papéis prefixados ganham atratividade
Fundos de renda fixa, CDBs e outros papéis prefixados tendem a conservar os juros elevados por mais tempo
Com a perspectiva de juros estáveis novamente na economia, fundos DI e títulos da dívida pública pós-fixados atrelados à taxa Selic começam a perder sua atratividade, segundo analistas.
Quando isso ocorre, voltam a ficar interessantes os fundos de renda fixa, CDBs e demais papéis prefixados, que tendem a conservar juros elevados por mais tempo.
A atratividade das aplicações prefixadas aumenta se surgir a possibilidade de redução nos juros.
Nos últimos 30 dias, a captação dos fundos de renda fixa (que compram papéis prefixados) aumentou R$ 1,58 bilhão, enquanto os fundos DI (compram pós-fixados) perderam R$ 709,5 milhões.
Os fundos DI tiveram retorno bruto de 9,36% em um ano, enquanto os de renda fixa já subiram 10,5%.
CUSTOS
A rentabilidade das aplicações que acompanham os juros melhorou com o aumento da taxa Selic de 8,75% ao ano, em abril, para os 10,75% atuais. No entanto, as taxas de administração dos fundos continuam corroendo parte significativa dos ganhos.
Cálculos do matemático José Dutra indicam que fundos com taxas a partir de 3% oferecem ganhos inferiores aos da poupança.
Já os fundos com taxas de 2% só garantem rentabilidade maior do que a da poupança se o dinheiro ficar investido por mais de um ano.
Se o investidor resgatar antes, paga 22,5% (antes de seis meses) ou 20% (seis meses a um ano). Entre um e dois anos, o IR é de 17,5%; após dois anos, cai para 15%.
Para o diretor de Tesouraria do Banco Prosper, Jorge Knauer, é difícil pequenos investidores encontrarem fundos com taxa abaixo de 2,5% nos bancos de varejo.
Knauer recomenda diversificar as aplicações comprando diretamente títulos públicos no site do Tesouro (www.tesourodireto.gov.br).
O investimento pode ser feito a partir de R$ 100, mas é preciso ter conta em uma corretora ou banco. A maioria cobra 0,5% de taxa.
"A LTN (título prefixado) com vencimento em janeiro de 2012 oferece rentabilidade de 11,46%. Mesmo que o Banco Central eleve os juros, há uma diferença relevante em relação à Selic atual", afirma.
O economista Gilberto Braga, professor do Ibmec-RJ, aposta na manutenção da Selic até o primeiro trimestre de 2011. Por isso, considera que os títulos prefixados devem render mais.
Ele ressalta que o Tesouro é mais recomendado para quem pode deixar o dinheiro por mais tempo.