José Claudio Pereira
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Eonara do Carmo Cesa Paim
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Taxa de inovação adotada por empresas sobe em 2008, diz IBGE
Do total de 100,5 mil empresas industriais, 38,1% foram inovadoras.
Das 106,8 mil empresas com dez ou mais pessoas ocupadas na indústria, nos setores de serviços (edição, informática e telecomunicações) e no de pesquisa e desenvolvimento, cerca de 41,3 mil implementaram produto ou processo novo ou "substancialmente" aprimorado de 2006 a 2008, segundo aponta estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta sexta-feira (29).
Na comparação com o último levantamento, referente ao período de 2003 a 2005, foi registrado aumento da taxa de inovação, de 34,4% para 38,6%, de 2006 a 2008. De acordo com o IBGE, a pesquisa de 2008 mostra que a taxa de inovação na indústria, de 38,1%, atingiu o maior nível desde o início do levantamento, em 2000, quando foi registrada taxa de 31,5%.
Setores
Do total de 100,5 mil empresas industriais, 38,1% foram inovadoras, percentual inferior ao observado nos setores selecionados pelo IBGE de serviços, cuja taxa foi de 46,2%. Isso pode ser explicado, segundo o IBGE, pelo fato de os setores de serviços englobarem atividades de alta intensidade tecnológica e em conhecimento, como telecomunicações e informática.
No setor de pesquisa e desenvolvimento, 97,5% das 40 empresas pesquisadas foram inovadoras em produto e processo ou só em processo. "As estratégias de inovação adotadas pelos setores mostram que em todos prevalece o padrão de realizar a inovação primordialmente em produto e processo, embora com importância diferenciada". De acordo com o instituto, na indústria tem destaque a inovação só de processo (15,3%), enquanto nos serviços selecionados e em P&D, prevalece a inovação só de produto (15,3% e 15,0%, respectivamente).
Nas empresas industriais com 500 ou mais pessoas ocupadas, 71,9% foram inovadoras em produto ou processo, 26,9% lançaram produto inovador para o mercado nacional e 18,1% implementaram processo inovador para o seu setor no Brasil.
Nas empresas de serviços selecionados de porte semelhante, 67,2% foram inovadoras, 24,3% inovaram para o mercado nacional e 22,5% para o setor no Brasil. Já nas empresas de pesquisa e desenvolvimento, a correlação positiva da inovação com o porte não é acentuada.
A pesquisa constatou também que o número de empresas com dificuldades ou obstáculos à inovação cresceu de 35,2% em 2005 para 49,8% em 2008. A falta de pessoal qualificado é apontada por 57,8% das empresas como um dos principais obstáculos à inovação. No setor de serviços selecionados, o problema foi citado por 70,4% dos estabelecimentos.
Por setor
As oito atividades que apresentaram as maiores taxas de inovação no período 2006 -2008 são de alta e média-alta intensidade tecnológica: automóveis, camionetas, utilitários, caminhões e ônibus (83,2%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (63,7%), outros produtos eletrônicos e ópticos (63,5%), produtos químicos (58,1%), equipamentos de comunicação (54,6%), equipamentos de informática e periféricos (53,8%), máquinas e equipamentos (51,0%) e componentes eletrônicos (49,0%).
Internet é decisiva no processo
Na indústria, as cinco principais fontes de informação utilizadas para realizar o processo de inovação foram internet (68,8%), clientes (68,2%), fornecedores (65,7%), áreas internas à empresa (61,5%) e feiras e exposições (55,6%).
Nos serviços selecionados, as fontes de informação mais significativas foram semelhantes às da indústria. A internet foi utilizada por 78,7% das empresas, aquelas obtidas junto às áreas internas da empresa, por 73,5%, os clientes por 69,3% e os fornecedores por 55%.
Já no setor de pesquisa e desenvolvimento, todas as empresas usaram de forma relevante as ideias originadas do seu próprio departamento. Em seguida, aparecem com importância alta ou média: conferências, encontros e publicações especializadas (92,3%), universidades ou outros centros de ensino superior (87,2%) e redes de informação informatizadas (84,6%).
Impactos mais relevantes
Entre os principais impactos das inovações para as empresas industriais e de serviços selecionados estão aqueles associados à posição da empresa no mercado (manteve ou ampliou a participação), à melhoria da qualidade dos bens ou serviços e ao processo (aumento da capacidade produtiva).