José Claudio Pereira
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Eonara do Carmo Cesa Paim
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Venda de eletrônicos deve crescer 15%
Fabricantes acreditam que em 2011 o setor estará tão aquecido quanto esteve no ano passado, com impulso do crédito edos preços
Depois de comemorar a venda recorde para os varejistas de mais de 11,5 milhões televisores em 2010, a indústria de eletroeletrônicos começou o ano animada. A Eletros, entidade que reúne os fabricantes do setor instalados no País, projeta para 2011 os mesmos índices previstos no ano passado, com crescimento de 15% em eletrônicos, 10% no setor de portáteis e 7% na chamada linha branca (fogões, geladeiras, lavadoras e freezers).
"As fábricas estão recompondo seus estoques, depois das vendas de fim de ano, que foram muito fortes", afirma Wilson Périco, presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares (Sinaees) do Amazonas. "Todos os sinais são de que o ritmo vai continuar bom no primeiro semestre", acrescenta.
Os dados mais recentes da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), divulgados ontem, mostram que até novembro o faturamento de televisores com tela de cristal líquido (LCD) teve crescimento de 121,86% e atingiu a marca de 7,711 milhões de unidades vendidas em onze meses, contra 3,475 milhões comercializadas no mesmo período de 2009.
As vendas de televisores com tela de plasma cresceram 39,62%, de 287,2 mil para 401 mil aparelhos no acumulado de 2010. Sem contar os televisores com iluminação traseira por LED, o faturamento dos onze meses somou 11,5 milhões de aparelhos. No período, foram vendidos 3,4 milhões de TVs tradicionais de tubo, quase 30% a menos do que em 2009.
O consumidor descobriu que ao LCD e o plasma lhe dão mais prazer que o sistema convencional, que passou a representar cerca de 10% no faturamento dos fabricantes de TVs. Além disso, a venda de aparelhos de tecnologias mais avançadas foi impulsionada pelo crescimento do emprego, pela queda de preços proporcionada pelos ganhos com aumento da escala de produção, e pelo crédito facilitado.
O presidente do Sinaees do Amazonas conta que, ao contrário de anos anteriores, alguns fabricantes de produtos eletroeletrônicos da Zona Franca não concederam em 2010 as tradicionais férias coletivas de fim de ano.
Para acompanhar o ritmo forte da produção, as empresas do setor contrataram cerca de 8 mil trabalhadores em regime temporário. "Boa parte deles deve ser efetivado, porque o ritmo continua forte", acredita Périco.
Segundo a Suframa, o faturamento dos fabricantes de eletroeletrônicos (exceto bens de informática) do Polo Industrial de Manaus somou US$ 11,332 bilhões de janeiro a novembro do ano passado. O montante é 46,69% superior ao registrado em igual período de 2009 (US$ 7,725 bilhões). Nos bens de informática, o faturamento somou US$ 3,177 bilhões, 19,o5% a mais em relação aos US$ 2,669 bilhões de 2009.
O crescimento das vendas de eletroeletrônicos ajudou a impulsionar o faturamento total das empresas de Manaus, que somou US$ 32,271 bilhões. Em apenas onze meses, o número já supera o recorde de 2008, ano que registrou faturamento de US$ 30 bilhões. "Para 2011 continuamos a apostar no crescimento", diz a superintendente da Suframa, Flávia Grosso.