José Claudio Pereira
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Eonara do Carmo Cesa Paim
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Inovação vai a tiracolo do consumidor
Permanecer conectado a qualquer hora e lugar interliga as dez tendências tecnológicas para 2011
Pergunte a um executivo de alto escalão onde ele mora e, provavelmente, você ouvirá um clichê: no avião. A maioria das pessoas não viaja com tanta frequência - nem para lugares tão distantes -, mas ninguém mais quer ficar longe dos aparelhos que proporcionam uma comunicação direta com o mundo, como o celular e o computador, enquanto está em trânsito. Mesmo que seja para ir de casa à padaria.
É esse o fio condutor que interliga as dez tecnologias que prometem firmar-se - ou, em muitos casos, ampliar o espaço já conquistado - durante 2011.
Os tablets são, provavelmente, o melhor exemplo dessa tendência. Pequenos, leves e com um sistema que não demora a ligar, os computadores em forma de prancheta tornaram-se objetos de desejo ao permitir que o usuário faça o que quiser - seja no carro, enquanto viaja para a praia, ou no consultório, enquanto aguarda o dentista.
Com o iPad, a Appledomina 90% do mercado mundial de tablets, mas a concorrência avança. Na semana passada, na maior feira de eletrônicos do mundo, a CES, em Las Vegas, uma centena de tablets foi lançada em poucos dias.
O companheiro natural dos tablets são os aplicativos - programas com objetivos específicos, de ler livros a fazer a árvore genealógica da família. Baratos, fáceis de ser comprados e instalados, os aplicativos também estão disponíveis nos celulares e começam a chegar aos computadores. Na semana passada, a Apple - ela de novo - lançou sua loja de 'apps' para Macintosh. Em um dia, contabilizou 1 milhão de downloads.
Parentes dos tablets, os smartphones parecem próximos de uma nova fase. Os celulares sofisticados começaram como uma exclusividade do usuário de alto poder aquisitivo, principalmente executivos. Agora, mais acessíveis, podem ser alvo de outro ciclo de crescimento, impulsionado pelo consumidor menos abonado.
Essa eferverscência toda tem um lado menos glamouroso, mas fundamental: o da infraestrutura. Nada do que foi descrito seria possível sem duas coisas. A primeira é a banda larga. As redes de conexão rápida são alvo de um programa nacional do governo federal, o PNBL, e de várias iniciativas estaduais, que não avançaram muito até agora, mas prometem ação neste ano.
O outro ponto se refere aos centros de dados, os locais repletos de computadores onde empresas e consumidores armazenam suas informações, para poder acessá-las de qualquer lugar via internet. Como a tendência é crescente, tudo leva a crer que os investimentos na área também serão.
O fenômeno da personalização, que transformou as redes sociais em sucesso, vai prosseguir. As pessoas já colocam no Facebook e no Twitter até seus pensamentos mais prosaicos. Agora, vão adotar sistemas que permitam identificar onde estão, com a localização de seus celulares e tablets. Isso, sim, é que é levar a tecnologia a tiracolo.
Os tablets serão um dos aparelhos mais desejados pelos consumidores em 2011. As vendas globais devem dobrar neste ano, para 30 milhões de unidades. No Brasil, eles foram lançados em novembro e devem alcançar 1 milhão de unidades no primeiro ano de vendas.
Os aplicativos deixaram de ser exclusividade de smartphones e migraram para os tablets, impulsionando as vendas do software. Em 2010, foram instalados 10,9 bilhões de aplicativos e o volume deve chegar a 76,9 bilhões até 2014.
Graças aos smartphones, a banda larga móvel já representa a maior parte das conexões de internet no país. Porém, o governo quer negociar com as operadoras de telefonia fixa o barateamento de seus planos de acesso à web.
O uso da tecnologia como serviço promete ganhar mais espaço no dia a dia dos consumidores. Dropbox, Google Apps e outros aplicativos na nuvem devem crescer com a busca do acesso à mesma informação em diferentes equipamentos.
Escolher o que, quando e em qual dispositivo assistir TV. Com o avanço dos aplicativos de TV móvel e dos serviços de vídeo sob demanda e streaming (transmissão contínua), essa tendência deve ganhar força em 2011, assim como os televisores conectados à internet.
O investimento de US$ 500 milhões do Goldman Sachsno Facebook e a ansiedade pela oferta de ações de empresas como Twittere LinkedInmostram que esses sites estão só no início; ganham espaço também negócios como o da Zynga, de jogos para sites sociais.
Os celulares inteligentes caíram nas graças do consumidor em 2010 e devem repetir a dose neste ano. Novos modelos, preços mais baixos e planos de internet móvel mais acessíveis devem manter os brasileiros conectados a qualquer hora, em qualquer lugar.
A tecnologia 3D foi sucesso no cinema em 2010. E nas gôndolas, fabricantes testaram TVs, Blu-ray, câmeras digitais e filmadoras, com relativo êxito. A demanda deve ganhar força com o lançamento de aparelhos que dispensam óculos e a produção de conteúdo para TV.
Procurar localidades no Street View, do Google, virou diversão desde a inclusão de cidades brasileiras, em setembro. Mas a geolocalização movimenta milhões e não é uma brincadeira. Serviços como 'Foursquare' rastreiam o celular e mostram onde o usuário está.
Os sites de compras coletivas e os clubes de compras proliferaram no ano passado e seguem em ascensão. Os dados mais recentes do Ibope NielsenOnline indicam que essas páginas atraíram 5,5 milhões de visitantes no mês de setembro..