José Claudio Pereira
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Eonara do Carmo Cesa Paim
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Problemas interpessoais ajudam no desenvolvimento de competências
Na prática, isso quer dizer o seguinte: imagine que você precisa que seu chefe aprove uma idea sua, mas ele diz não e é irredutível.
Problemas interpessoais dentro das organizações são tão frequentes, que vire e mexe viram temas de livros e filmes. Mas o que poucos percebem é a oportunidade de desenvolvimento pessoal que esse tipo de conflito favorece.
Não existe curso melhor e sem custo algum para aprimorar a competência de trabalhar em equipe, habilidade tão estimada no ambiente corporativo. Nesse sentido, o presidente da Sociedade Brasileira de Coathing, Villela da Matta, afirma que, ao longo da carreira, todos os profissionais vão ter de, eventualmente, enfrentar problemas com chefes ou algum colega de trabalho.
Nesse momento, no entanto, mudar de área ou pedir demissão podem ser até alternativas a que o profissional poderá recorrer, mas devem ficar entre as últimas opções. Antes de optar por sair, ainda há muito o que se fazer. “A pior coisa que o profissional pode fazer é abandonar o barco. Se ele fizer isso, ele não vai desenvolver nenhuma habilidade”, avaliar Matta.
Transforme problemas em metas
De acordo com a lógica de Matta, os profissionais não devem focar nos problemas, mas, sim, transformar os problemas em objetivos. Na prática, isso quer dizer o seguinte: imagine que você precisa que seu chefe aprove uma idea sua, mas ele diz não e é irredutível. Ao invés de se apegar à negação e achar que seu chefe é o grande obstáculo da sua vida, transforme a aprovação dessa ideia na sua próxima meta.
Desta forma, o problema deixa de ser um simples obstáculo para se transformar em algo muito maior, em um objetivo que fará com que o profissional pare, pense, reflita e descubra uma saída que não havia visto anteriormente. Isso pode não ser fácil, mas os ganhos também não serão poucos.
“As pessoas querem conforto. Vemos todos os dias que muitos profissionais estão insatisfeitos com o chefe, mas isso acontece porque estão buscando o caminho mais fácil, mais confortável”. Realmente, mudar de área ou mesmo de empresa pode acabar com o conflito rapidamente, mas não é o caminho certo no longo prazo, observa Matta.
No curto prazo, haverá um novo chefe, uma nova equipe e a superficial percepção de que todos os problemas desapareceram. No longo prazo, porém, haverá um profissional que não sabe lidar com problemas, inflexível e sem habilidade de trabalhar em equipe.
“O dia em que você não tiver dificuldades você vai parar de crescer” é um ditado que se aplica muito bem nessa questão. Nenhum profissional se desenvolve se fugir dos conflitos e optar pela saídas mais fáceis.
O que eu preciso fazer?
A orientação é nunca culpar fatores externos pelos problemas que são postos no caminho. Fingir que nada está acontecendo ou culpar terceiros não vai ajudar em nada. Matta é enfático ao sugerir que o profissional enfrente o problema, “saia da zona de conforto, analise o que não está dando certo e pense no que precisa fazer para que as coisas melhorem”.
Lembre também que buscar o caminho mais simples pode ser algo que já vem de família, e é preciso lutar contra isso. Muitas pessoas têm a tendência de se colocar como a vítima da história, quando o mais adequado seria assumir o controle dos problemas.
Para ajudar nesse processo, Matta ainda orienta: “o profissional precisa ter um objetivo na carreira. Se ele não tiver uma meta, ele acaba se perdendo nos meios e se esquece dos fins”.