José Claudio Pereira
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Eonara do Carmo Cesa Paim
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Com alta do dólar, fundos cambiais foram melhor aplicação de novembro
Investimento rendeu 11%. Ações tiveram pior desempenho, com perda de 5%
No mês marcado pela piora da crise europeia, o dólar comercial avançou 6,40% frente ao real - a maior alta entre as principais moedas do mundo - e fez dos fundos cambiais a melhor aplicação financeira de novembro. Esses fundos acumularam um ganho de 11,23% no mês até o dia 25, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Já os fundos que investem nas ações do Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, tiveram perdas de 5,47% no mês, o pior desempenho das aplicações.
- Foi um mês de rebaixamento de ratings, aumento de taxa das dívidas dos países, balanços mais fracos das empresas. Isso afeta a Bolsa e leva investidores para o dólar, que é considerado porto seguro - diz Pedro Galdi, da SLW Corretora.
Essa aversão a risco pelo mundo derrubou preços das commodities em novembro e afetou o desempenho de ações como Vale e Petrobras. Os trabalhadores que destinaram parte dos recursos do FGTS para ações dessas empresas fecharam, assim, o mês com perdas. O FGTS-Petrobras caiu 0,39%, e o FGTS-Vale, 5,17%.
Corte da Selic para 11% deve ser sentido só em fevereiro
Segundo Álvaro Bandeira, diretor na Ativa Corretora, mesmo com a forte alta da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ontem - que não está computada nos dados da Anbima, que vão até o dia 25 do mês -, o Ibovespa registrou baixa de 2,51% em novembro.
- Para dezembro, existem sinais positivos para os investidores, como a ação coordenada pelos bancos centrais e o afrouxamento monetário na China. Mas as incertezas continuam - diz Bandeira.
Já os fundos que investem em títulos que rendem juros seguem perdendo rentabilidade, pouco a pouco, com a redução da taxa básica no Brasil. Os fundos de renda fixa (prefixados) renderam 0,83% no mês e os fundos DI (pós-fixados), 0,75%. Segundo o administrador de investimentos Fabio Colombo, o corte de 0,5 ponto percentual da Selic ontem, para 11% ao ano, deve ser sentido pelos investidores a partir de fevereiro de 2012.
- Dezembro e janeiro terão 22 dias úteis, contra 20 de outubro e novembro. São mais dois dias com o dinheiro rendendo, e isso vai compensar o corte - explica Colombo.
Os fundos multimercados multiestratégia (que podem investir em juros, moedas e ações) fecharam o mês com ganho de 1%, sendo a segunda melhor aplicação do período. Como ocorreu em outubro, os fundos voltaram a ganhar mais com o câmbio.