José Claudio Pereira
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Eonara do Carmo Cesa Paim
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Exportações terão forte queda em 2012
No total, as exportações globais sofreram um recuo de 1,4% em outubro e mais 1% de queda em setembro.
O comércio mundial está sofrendo uma contração, num sinal claro do freio na economia internacional e indicando que 2012 pode registrar um dos piores resultados para as exportações em muitas décadas.
Os dados foram publicados pelo Escritório Holandês de Avaliação Econômica, entidade que serve de referência para informações sobre exportações e importações no mundo. Em setembro, a primeira queda foi registrada, com uma contração de 1,1% no comércio mundial. No mês seguinte, mais uma redução, desta vez de 1,1%.
A queda é a primeira registrada desde 2009, quando o comércio mundial desabou 12,6%, no pior resultado desde os anos 30. Se a tendência for mantida, 2012 poderá entrar para a história como um dos piores anos para as exportações desde a Grande Depressão.
Parte importante da queda ocorreu por conta da redução do consumo e de investimentos públicos nos países ricos, que sofrem para lutar contra o endividamento. No mês de outubro, a redução de importações dos países ricos foi de 1,5%, depois de já registrar uma queda de 0,6% em setembro.
Consequências da crise. A Europa, engolida pela crise da dívida, foi quem mais recuou em compras. A queda foi de 2,8% outubro e outro 1,6% em setembro. Nos Estados Unidos, o primeiro mês de redução foi outubro, com baixa de 0,7%.
A crise chegou até as economias latino-americanas, que sofreram uma dura queda nas importações de 3,8% no mesmo período que o Brasil registrava uma estagnação na expansão do Produto Interno Bruto (PIB).
Essa queda afetou diretamente as exportações de países emergentes, em grande parte destinadas aos mercados dos Estados Unidos e Europa e que, juntos, consomem quase 20% de toda a produção mundial.
No total, as exportações globais sofreram um recuo de 1,4% em outubro e mais 1% de queda em setembro.
Desempenho dos emergentes. Entre os emergentes, a queda nas vendas foi importante e dá a dimensão do contágio que a crise na Europa poderá provocar nos próximos meses.
Depois de sofrer uma contração de 2,1% em setembro, a redução nas vendas dos emergentes foi de 0,1% em outubro.
O cenário é bem diferente da expansão de 17% que as economias emergentes haviam registrado em 2010.
Agora, a Ásia é que mais sofre com a redução de vendas, com queda de 3,2%.
O Leste Europeu, dependente do mercado da União Europeia, também viu uma redução em suas exportações de 1% e 1,9%, entre setembro e outubro.
A crise na Europa também afetou exportações dos próprios países ricos, com uma redução acumulada já de 2,8%.
Os países europeus registraram uma contração de 1,6% e 3,8% em setembro e outubro, respectivamente.
Resistência. No caso da América Latina, a região é uma das poucas a contemplar uma expansão nas exportações, em um sinal de que poderá manter certa resistência à crise.
Em setembro, a alta foi de 0,5%, quando em outubro havia sido de 1,4%.
Apesar de prever ainda um crescimento, a taxa é bem inferior aos meses anteriores, de expansão de mais de 2,1% ao mês. Parte da explicação é a diversificação de parceiros comerciais e o fato de a China ser hoje a principal parceira da região.