José Claudio Pereira
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Eonara do Carmo Cesa Paim
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Real lidera ranking de valorização ante o dólar
Moeda brasileira encerra primeiro mês do ano com alta de 7,8%, seguida pelo peso mexicano
O real se valorizou 7,8% em janeiro e encerrou o primeiro mês de 2012 na liderança do ranking das moedas que mais ganharam em relação ao dólar dos Estados Unidos. Ontem, a moeda americana perdeu 0,23% ante a brasileira, cotada a R$ 1,745. Em segundo lugar no levantamento ficou o peso mexicano, com alta de 7%,.
Segundo analistas, há razões internas e externas para justificar o desempenho da moeda brasileira no mês. O vice-presidente executivo de tesouraria do banco WestLB, Ures Folchini, observou que "ninguém mais no mercado acha que a Europa e os Estados Unidos estão caminhando para o abismo". "Houve uma mudança de percepção sobre essas economias", argumentou.
No caso da Europa, muitos observadores vêm afirmando que o risco de quebra de bancos praticamente caiu a zero depois que o Banco Central Europeu (BCE) aceitou comprar papéis dessas instituições e também dos países que estão no foco da crise, como Grécia e Portugal.
Com isso, vários investidores se sentem confortáveis para comprar ativos de risco. Essa melhora de percepção aumenta o apetite por papéis de países como o Brasil. "Em termos comparativos, estamos em situação muito boa", ponderou Folchini.
Essa percepção se traduziu no forte crescimento do fluxo de recursos estrangeiros para a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Do início do ano até o dia 27, as aplicações externas na bolsa brasileira superavam as saídas em quase R$ 6,5 bilhões.
Outro segmento que se beneficiou desse otimismo de início de ano foi o de captações no exterior. Janeiro terminou com emissões totais de US$ 6 bilhões.
Se de um lado houve farta oferta de dólares no começo de 2012, de outro, o Banco Central (BC) foi parcimonioso nas intervenções para a compra de moeda americana. É o que nota o diretor executivo da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Nehme.
"O BC quer reduzir ainda mais a taxa básica de juros (Selic). Mas, para isso, precisa do câmbio como coadjuvante", argumentou. Ou seja, o dólar mais barato contribuirá para segurar a inflação - e, por tabela, abrir espaço para novas quedas do juro.