José Claudio Pereira
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Eonara do Carmo Cesa Paim
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Inflação preocupa
Com o resultado de mais um mês, o indicador acumula, no ano, variação de 5,16% e de 7,31% nos últimos 12 meses.
A inflação, que deveria voltar a ser um problema só no ano que vem, vai dar dor de cabeça no curto prazo. O Banco Central contava conseguir colocar a taxa oficial neste ano no centro da meta, que é de 4,5% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas, se a expectativa do mercado se confirmar, mais uma vez a taxa vai ficar acima do centro, ainda que permaneça dentro da margem de segurança de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Segundo o relatório Focus divulgado ontem, a estimativa de inflação está em alta para 2012. Pela quarta semana consecutiva o mercado financeiro ajustou para cima a projeção para o IPCA do ano, de 4,85% para exatos 5%. Há uma semana o índice estava em 4,98%. A alta foi pequena, mas dá uma ideia do pessimismo que anda dominando os mercados. Para o próximo ano, a projeção se mantêm em 5,50% pela sexta semana seguida.
Não foi a única má notícia do dia quanto a esse tema. A inflação medida pelo Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), acelerou em julho e fechou com alta de 1,52%. Em junho, ficou em 0,69% em junho. Embora não seja o índice oficial da inflação e tenha deixado de ser utilizado para reajustar tarifas de telefone, a taxa acumulada do IGP-DI ainda é um importante indicador. Corrige, por exemplo, as dívidas dos estados com a União. Com o resultado de mais um mês, o indicador acumula, no ano, variação de 5,16% e de 7,31% nos últimos 12 meses.
Preços agrícolas
De acordo com a FGV, três indicadores principais compõem o IGP-DI. O IPA-DI, que representa o atacado, subiu 2,13% em julho, após registrar alta de 0,89% no mês anterior. Esse componente é fortemente influenciado pelos preços agrícolas, que tiveram forte aumento.
O IPC-DI, que apura a evolução de preços no varejo, teve aumento de 0,22% em julho, em comparação com a alta de 0,11% em junho. Já o INCC-DI, que trata da variação de preços na construção, apresentou elevação de 0,67% em julho. Foi a única parcela que caiu em relação a junho, quando subiu 0,73%.
Já o núcleo do IPC-DI , que serve como um indicativo de tendências, subiu apenas 0,25% em julho, taxa inferior à registrada no núcleo anterior, referente a junho (0,32%).