José Claudio Pereira
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Eonara do Carmo Cesa Paim
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O verdadeiro propósito do empreendedor
Segundo a pesquisa, 56% dos jovens profissionais entrevistados afirmaram que, em algum momento de sua carreira pretendem abrir um negócio.
Criação de empregos e geração de riqueza são fatores essenciais para o desenvolvimento econômico de qualquer país. Do ponto de vista da contribuição e da realização, tais fatores são e sempre serão motivos de orgulho para todo empreendedor bem-sucedido. Quem quer fazer parte desse universo precisa entender como ele funciona e quais são os fatores que o impulsionam.
A última pesquisa do GEM (Global Entrepreneurship Monitor) revelou que o Brasil conta hoje com aproximadamente 27 milhões de pessoas envolvidas ou em processo de criação de negócios por conta própria. Em números absolutos, o Brasil aparece em terceiro lugar no ranking de 54 países participantes da pesquisa. Perde somente para a China, com 370 milhões de empreendedores, e para os Estados Unidos, com 40 milhões.
No caso do Brasil, especificamente, os 27 milhões de empreendedores são responsáveis por mais de 60 milhões de empregos formais e informais, o que corresponde a mais de 75% da massa de trabalhadores em atividade. Sinto orgulho, não apenas de saber, mas de publicar e fazer parte desses números estimulantes do empreendedorismo brasileiro.
A 11ª Edição da Pesquisa Empresa dos Sonhos dos Jovens, realizada pela Cia. de Talentos, revelou que, para a maioria dos jovens brasileiros, ter um negócio próprio é a solução para trabalhar em uma empresa que atende suas próprias expectativas em relação ao ambiente de trabalho, realização profissional e retorno financeiro.
Segundo a pesquisa, 56% dos jovens profissionais entrevistados afirmaram que, em algum momento de sua carreira pretendem abrir um negócio. Se a opção "abrir um negócio por conta própria" estivesse entre as empresas dos sonhos, ela estaria em 4º lugar, acima de gigantes como a Nestlé, a Unilever, a Natura e a Ambev.
Dados divulgados na edição da Revista Exame Maiores Melhores 2012 revelam que os trinta maiores empregados brasileiros possuem um quadro superior a dez mil empregados. Entre os principais estão Wall Mart, Brasil Foods, Petrobrás, Grupo Pão de Açúcar e Casas Bahia. Com mais de cem mil empregados estão a Construtora Odebrecht e os Correios, empresas genuinamente brasileiras.
Na década de 1990, o mundo globalizado perdeu em torno de quatrocentos e cinquenta milhões de postos formais de trabalho. Embora o número tenha estabilizado, não há sinais de que a economia se recupere tão facilmente a ponto de produzir um número semelhante de empregos em tão pouco tempo.
Apesar de tudo, trabalhar por conta própria ainda é a grande solução para a maioria dos jovens e uma boa parte dos adultos brasileiros no mercado de trabalho. Na medida em que a competição aumenta e a inovação se faz necessária, a redução do quadro de empregados é natural, pelo menos para as grandes corporações.
Vejamos o lado bom de tudo isso. Milhares de empreendedores são oriundos da redução dos postos formais de trabalho. Milhares deles aprenderam a empreender por meio das adversidades e deram a volta por cima, tornando-se empresários bem-sucedidos ao criar empregos e, consequentemente, gerar riqueza. Esqueça os inescrupulosos, disponíveis também aos milhares, cuja riqueza, de origem duvidosa, não serve de exemplo.
Criar empregos e gerar riqueza não é sinônimo de opulência nem de prepotência tampouco de necessidade de aparecer na mídia ou de competir. O propósito do empreendedorismo é muito claro e diz respeito aos fortes de espírito, dispostos a transformar simples sonhos em realidade com base em valores e princípios bem definidos.
Empreendedor que se preza sente orgulho de ter em sua folha de pagamento um número razoável de empregados. Considera ainda o efeito multiplicador de cada emprego capaz de sustentar em torno de três a quatro pessoas. No caso da Odebrecht, são quatrocentas mil pessoas envolvidas, sem contar ainda os demais grupos relacionados com a prosperidade do negócio: clientes, fornecedores, sociedade em geral.
Imagine-se um criador de empregos. Você abre uma empresa e começa com um, dois, três empregados. Em pouco tempo, aumenta para dez. Mais um tempo, amplia o negócio, abre uma filial e vai a cinquenta, cem, duzentos. Mais dia, menos dia, o negócio prospera e sua empresa atinge a incrível marca de mil empregados.
Não importa o número de empregados que uma empresa possui. O que importa é o sentido de contribuição e de realização. Ganhar dinheiro, manter uma conta bancária confortável, aumentar o patrimônio e obter uma posição de respeito na sociedade são consequências do trabalho bem feito, da persistência, da resiliência e da geração de valor para a sociedade.
A busca do grande homem é o sonho da juventude e a mais séria das ocupações da humanidade, dizia Emerson, o grande pensador norte-americano. No caso específico dos empreendedores, pode-se dizer que sua utilidade vai além da busca do grande homem ou da grande mulher.
Empreendedores legítimos arrastam consigo uma legião de seguidores e para todos os problemas apresentam a solução adequada, motivo pelo qual são admirados e tem o nome elevado com emoção e encantamento. São os Steve Jobs da vida que não medem esforços para transformar ideias em realidade e, assim, mudar o mundo.
Em geral, são invejados, rotulados como sábios ou alienados, gênios, verdadeiro heróis, elementos de sorte, dotados de inteligência superior, entretanto, a maioria deles é apenas praticante da arte mais difícil que existe no mundo: a arte de arriscar e de não abrir mão dos seus sonhos.
Pense nisso, empreenda e seja feliz!