Rua da Pátria, 569 Jaquirana/RS

  • (54) 3253-1096
  • (54) 99974-3340

José Claudio Pereira
CRC/RS 46.949
joseclaudio@dataconcontabilidade.cnt.br

Eonara do Carmo Cesa Paim
CRC/RS 56.102
narapaim@dataconcontabilidade.cnt.br

Economia brasileira terá mais um ano de ajustes em 2016

As perspectivas para a economia brasileira em 2016 não são animadoras.

As perspectivas para a economia brasileira em 2016 não são animadoras. O Produto Interno Bruto deve fechar em queda, os juros e o dólar devem se manter em um patamar alto e a produção industrial também não tem previsão de crescimento. Para a geração de empregos deve ser um ano muito difícil, inclusive, com a tendência de aumento do desemprego. O alento deve vir do campo, com previsões um pouco mais otimistas do agronegócio.

O cenário foi traçado durante um debate realizado ontem no Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR), que teve a participação de economistas da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e do meio acadêmico.

As projeções apontam para uma queda de 3,15% do PIB neste ano e de 2,01% em 2016. A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve fechar este ano em 10,33% e no próximo em 6,64%. A taxa de juros Selic, hoje em 14,25%, deve ficar no patamar de 13,75% em 2016. O dólar deve encerrar o ano em R$ 3,95 e, em 2016 deve chegar a R$ 4,20. A produção industrial tem previsão de fechar 2015 com queda de 7,5% e 2016 com redução de 2%.

Para o economista do Dieese, Sandro Silva, as principais razões para a estagnação econômica no Brasil são a crise mundial; a queda do investimento (principalmente na indústria); o elevado nível de incerteza; a taxa de juros alta e o câmbio valorizado e uma parcela expressiva do consumo que foi suprida pelas importações. Ele explicou que a crise econômica atual tem como principais motivos a crise fiscal e a crise política.

Em relação ao emprego, ele destacou que o Brasil já teve uma redução de 818,9 mil postos de trabalho de janeiro a outubro deste ano e o Paraná uma queda de 22,4 mil vagas. Segundo ele, além da perda de emprego, há mais pessoas tentando entrar no mercado de trabalho. "Em 2016 será um ano muito difícil para o emprego e o desemprego tende a aumentar", prevê. "Os dez anos que o país teve de crescimento do emprego podem se perder rapidamente", alertou.

Para o coordenador do curso de Ciências Econômicas da Universidade Positivo e conselheiro do Corecon-PR, Lucas Dezordi, o cenário atual representa uma deterioração das expectativas da economia. Segundo ele, não é esperada uma recuperação em 2016, mas um ano de ajustes. Ele prevê que o PIB industrial deva cair 6% neste ano e 3% no próximo com continuidade do processo recessivo. O PIB de serviços deve ter queda de 2% neste ano e de 1% em 2016. Já o PIB do agronegócio deve crescer 2,5% neste ano e 1,8% em 2016.

Ele disse que se a inflação fechar o ano com 10,33%, Curitiba deve ficar com um ponto percentual a mais em função do aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) promovido pelo governo estadual a partir de abril deste ano. Ele destacou que os preços administrados, como energia elétrica, gás e transporte urbano, subiram 17,43% neste ano e, em 2016, devem continuar a pressionar com alta de 7%. "Estamos em uma inflação de demanda", disse.

Em relação ao setor externo, as previsões dele apontam para um câmbio elevado, aumento das exportações, queda das importações e melhora na balança comercial. Ele disse que o grande problema está na veia do setor público com piora do superavit primário e aumento da dívida líquida.

Entre os principais desafios para 2016, ele apontou a melhora do nível de confiança dos empresários e consumidores; evitar o rebaixamento das notas de classificação de risco dos títulos públicos; manter o nível de grau de investimentos; ampliar a transparência da política fiscal; evitar uma expansão do crédito acima de 12% ao ano; criar uma nova estratégia de crescimento e desenvolvimento econômico; e o compromisso, a longo prazo, com uma taxa de inflação mais perto de 3% ao ano.