José Claudio Pereira
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Eonara do Carmo Cesa Paim
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As montadoras estão sofrendo por uma redução da demanda por conta de empréstimos mais caros e condições financeiras mais apertadas da clientela
A indústria automotiva anunciou paralisações de suas principais fábricas após uma pandemia com dificuldades
A indústria automotiva anunciou paralisações de suas principais fábricas após uma pandemia com dificuldades. As empresas Volkswagen, GM, Stellantis, Mercedes-Benz e Hyundai colocaram funcionários em férias coletivas.
Uma explicação seria a alta dos juros. O aumento da taxa básica de juros, a Selic, trouxe consequências para a economia brasileira desde o início de seu aumento em 2021. Dentre os resultados está a redução do consumo por meio da dificuldade de concessão de crédito.
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De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o primeiro mês do ano começou mais lento do que o esperado. Janeiro teve uma queda de 34% nos emplacamentos de automóveis, veículos comerciais leves, caminhões e ônibus, com relação a dezembro do ano anterior. O número ainda é 12% maior quando comparado com janeiro de 2022.
Em fevereiro, mais uma queda, 9% em relação a janeiro. Quando comparado a fevereiro de 2022, mais uma vez um recuo de quase 2%. Considerando apenas automóveis, houve redução de 7% e 4,2%, respectivamente.
“A retração de demanda em função da dificuldade de acesso ao crédito é o mais relevante agora. Não dá para dizer que não tem problemas de oferta pontuais na cadeia. Mas esse não é mais o grande problema”, diz Tereza Fernandez, economista da TF Associados para o G1.
Antônio Jorge Martins, professor de mercado automotivo da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP) acredita que as paralisações são necessárias para evitar um encalhe de novos modelos no estoque de montadoras e concessionárias.
“Estamos falando de um poder de compra atingido pela inflação, pela falta de ajuste dos salários e um custo mais significativo dos financiamentos. Não se tira um carro novo da concessionária por menos que 25% a 30% ao ano”, afirma.
Martins ainda pontua que, durante a pandemia, as montadoras deram destaque à produção de modelos de maior valor agregado, para atender um público de renda mais alta. Além disso, as camadas mais baixas da população tiveram acesso restrito ao crédito. Ambas as causas causaram uma desaceleração mais rápida.