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Produtividade mundial pode aumentar em 7% com a IA generativa
Os profissionais do setor precisam se atualizar e incorporar a IA como uma ferramenta para aprimorar a comunicação e o entendimento das demandas dos investidores.
Morgan Housel, autor do livro “A Psicologia Financeira” e sócio da The Collaborative Fund, foi um dos palestrantes do Congresso Internacional Planejar 2023, realizado na última terça-feira (10). Em sua apresentação, ele defendeu que a Inteligência Artificial pode ser uma grande parceira dos planejadores financeiros, pois pode auxiliá-los a prestar um atendimento mais personalizado e empático aos seus clientes.
Em sua visão, os profissionais do setor precisam se atualizar e incorporar a IA como uma ferramenta para aprimorar a comunicação e o entendimento das demandas dos investidores.
“Antigamente, os planejadores financeiros detinham o monopólio da informação sobre o universo das finanças, e a transmitiam aos seus clientes conforme o seu interesse. Hoje, a informação está democratizada e acessível para todos, e o papel dos planejadores se transformou”, explicou o escritor. Assim, a mudança deve ser ainda mais radical à medida que a inteligência artificial evolui.
Com ela, a tendência é que o planejador se torne mais um psicólogo do que um técnico, na visão de Housel. Isto é: será necessário ouvir com atenção os problemas e anseios do cliente, e o planejador terá de deixar de lado os termos técnicos para orientar de forma mais humana.
Na mesma palestra, o especialista falou sobre as tendências e as aplicações da IA. Para ele, essa tecnologia ainda é percebida como um brinquedo por muitos dos seus usuários e, inclusive, por alguns investidores do setor. Entretanto, algumas funcionalidades práticas da IA já estão em evidência, e podem facilitar – e muito – a vida humana, de acordo com Housel.
Esse processo ocorre porque a área ainda está em sua fase de maturação e muita coisa ainda evoluirá neste período. “Não temos nenhuma ideia de onde a IA vai chegar. Mas eu passei muito tempo da minha carreira tentando compreender como as pessoas reagem à tecnologia, e a resposta costuma ser sempre a mesma”, afirmou.
Para ele, é comum que as novas tecnologias não sejam compreendidas em toda a sua extensão quando surgem. O palestrante pontuou que as grandes invenções da história, como a escrita, o avião e a televisão, demoraram muito para se consolidar e trazer benefícios reais para a sociedade. O mesmo deve acontecer com a inteligência artificial. Em sua perspectiva, a IA generativa deve elevar a produtividade mundial em até 7% – o equivalente a cerca de US$ 4 trilhões por ano – em todo o planeta. “Provavelmente, estamos subestimando o que a IA pode fazer por nós”.
Nem tudo são flores!
Por outro lado, nem todos compartilham do mesmo otimismo. Walter Longo, publicitário e também palestrante do evento, alertou que a IA é um tsunami que vai varrer muitas atividades humanas e exigir uma adaptação rápida e constante. Ele acredita que há duas visões opostas sobre o futuro da IA: a dos pessimistas e a dos otimistas.
Os pessimistas temem que a tecnologia substitua os humanos em diversas funções e ameace nossa existência. Já os otimistas, por sua vez, acreditam que a tecnologia ampliará nossas capacidades e nos permitirá fazer coisas novas e melhores.
“Não há limite para a criatividade e a inspiração. A tecnologia não vai tirar o emprego de ninguém. Alguém usando a IA é quem vai”, explica.
Longo reconhece que a IA vai eliminar milhões de empregos, mas também vai criar outros tantos. O Fórum Econômico Mundial estima que a IA vai extinguir 85 milhões de empregos, mas vai gerar 92 milhões de novos.
Por isso, o publicitário defende que as competências verdadeiramente humanas, como a introspecção, a sensibilidade e a curiosidade, serão os diferenciais no mercado de trabalho do futuro: “Em terra de robô, quem tem coração é rei“.