José Claudio Pereira
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Eonara do Carmo Cesa Paim
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Auditoria: apenas 30% das empresas tem maturidade avançada
Levantamento da KPMG faz diagnóstico completo sobre o funcionamento da auditoria interna de 17 setores das organizações brasileiras.
Apenas 30% das empresas apresentam nível de maturidade avançado no que diz respeito ao trabalho desenvolvido pela auditoria interna, segundo realizado pela KPMG.
Dos entrevistados, 14% entendem que a organização que lideram ainda está em um estágio considerado fraco com relação às iniciativas realizadas pela área, uma vez que a identificação dos processos auditáveis são feitos de forma qualitativa tradicional e sem periodicidade definida.
Essas são as principais conclusões da primeira edição do estudo com o objetivo de fazer um diagnóstico completo sobre o funcionamento da auditoria interna de 17 setores de organizações brasileiras.
O levantamento foi realizado entre os meses de abril e maio deste ano e considerou atributos em uma escala de cinco níveis – fraco, sustentável, maduro, integrado e avançado.
Estágios de maturidade
O estudo da KPMG elencou as principais atividades identificadas nos cinco níveis que foram as seguintes:
Fraco:
- Identificação dos processos auditáveis de forma qualitativa tradicional e sem periodicidade definida para revisão.
- Profissionais que conduzem as auditorias de processos com lacunas significativas de habilidades e ou de capacidades.
- Testes de controles realizados com base amostral determinada geralmente pela frequência do controle.
Sustentável:
- Estrutura de auditoria interna existente, mas sem independência.
- Conselho de administração ou comitê de auditoria são envolvidos pontualmente no processo e recebem reportes sobre a auditoria interna quando solicitado.
- Identificação dos processos auditáveis de forma qualitativa tradicional e quantitativa de alto nível com periodicidade geralmente anual.
Maduro:
- Estrutura de auditoria interna independente.
- Conselho de administração ou de auditoria discutem temas de auditoria interna conforme a necessidade e recebem reportes da auditoria interna regularmente.
- Identificação dos processos auditáveis alinhada aos riscos do negócio, e quantitativa de alto nível com revisões ao longo do ano conforme necessário.
Integrado:
- Conselho de administração ou comitê de auditoria aprova o plano de auditoria interna.
- Os resultados observados durante a execução do plano de auditoria são discutidos nas reuniões do conselho de administração ou comitê de auditoria.
- Forte compreensão dos requisitos de habilidade e competência dos profissionais de auditoria interna.
Avançado:
- O monitoramento contínuo dos riscos estratégicos, operacionais, financeiros e de compliance gera insumos automáticos para a auditoria interna.
- A auditoria interna recebe indicadores de qualidade de dados, verifica as práticas de gestão de riscos e reconcilia os riscos monitorados.
- Estabelecimento de políticas internas sobre a corresponsabilidade dos pontos de auditoria interna com os responsáveis pelos processos e atribuição de metas.
A pesquisa apontou como estágio de maturidade considerado fraco ações como iniciativas de auditorias de processos realizadas pelas áreas de negócio e sem independência, conselho de administração ou de auditoria não estruturado ou inexistente e plano de auditoria interna não formal e não documentado.
Por outro lado, as empresas demonstraram que estão em estágio avançado na supervisão dos resultados das auditorias pelo conselho de administração e de auditoria, plano de auditoria interna dinâmico e atualizado e todos os processos são suportados por tecnologia adequada.
Auditoria
De acordo com o sócio de auditoria interna, riscos e compliance da KPMG, Fernando Lage, os dados mostraram que a auditoria interna possui práticas em estágio avançado em várias empresas, mas ainda há muito a ser feito.
“Em uma economia altamente globalizada e interconectada, a antecipação e o gerenciamento dos riscos operacionais por meio da auditoria interna para os negócios se tornam cada vez mais necessários e complexos. Qualquer ameaça à continuidade a à perenidade dos negócios deve ser mitigada por meio de técnicas e processos de gerenciamento de riscos”, analisa o especialista.
Com informações do Diário do Comércio